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QUARTA PARTE NA TANERNA O JOGO DE CARTAS            Tornara-se hábito para Victor freqüentar a taberna todas as noites. Jogava cartas e, sempre que possível, pernoitava ali mesmo na companhia de alguma jovem cortesã.            Nesta noite em especial, Victor como por vezes ocorria, interpelou um jovem que lhe vendia ópio e haxixe. Além de um pó afrodisíaco o qual misturava ele no vinho, o que tornava mais intensas suas noites de prazer com a cortesã Lídia a de sua preferência.            Sentara-se Victor numa mesa de jogo onde ele e mais três jovens costumavam disputar algumas partidas de cartas.           Foi então que repentinamente Victor olhando para a entrada da taberna reconheceu Nebro, que muito bem trajado, entregava o sobretudo e o chapéu ao velho porteiro.          Victor de imediato levantou-se de seu lugar à mesa de jogo e indo em direção ao visitante inesperado, dele indagou: VICTOR Que fazes aqui? Acaso te invo

NEBRO CONTINUAÇÃO - 17/05/2019

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TERCEIRA PARTE A JUVENTUDE ETERNA E A RIQUEZA             E Victor indaga de Nebro se este possui o poder de lhe concder a juventude eterna. VICTOR Nebro! NEBRO Eis-me aqui. VICTOR Quero saber de ti se és senhor do poder de conceder-me a juventude eterna. NEBRO Sem dúvida posso interferir no processo de degeneração física de teu corpo, mas advirto-te já que o envelhecer proporciona ao homem descanso e resignação perante a vida. A juventude eterna é, sem dúvida, uma tentação. Reflete no que te digo agora. VICTOR Espera ocorre-me agora que de nada me valeria a juventude eterna, sem ser eu senhor de riqueza e fortuna suficientes para satisfazer-me em todos os desejos de meu coração. E porque não dizer os de minha carne, por todos os dias de minha vida. NEBRO A isto também posso dar jeito. Mas insisto para que me ouças e não venhas mais tarde a alegar que não te alertei eu da possível e fata

"NEBRO" - CONTINUAÇÃO 14/05/2019

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O EXÍLIO DE VICTOR           Convêm esclarecer que Victor após haver matado seu irmão, refugiou-se por vários dias num mausoléu de um cemitério antigo. Ajudado por um amigo embarcou numa nau que o levou para longe de sua terra natal.          Houve claro, intervenção do demônio Nebro que por seu poder e magia   transformou as feições de Victor de modo que ninguém o reconhecesse, até que em lugar seguro aportasse.          Latejava em Victor a dor de ter que deixar para sempre sua amada Raquel, mas já não sofria tanto como quando Nebro se apresentou a ele pela primeira vez. Afinal ouvira da boca da própria amada, que esta não o amava mais. O que ora Victor sentia era um misto de orgulho ferido e irremediável saudade. Pois o amor tem dessas coisas, muitas vezes – ou porque não dizer sempre – não ser correspondido, não altera aquilo que se sente, ao contrário provoca antes certa obstinação. Verdadeira obsessão quanto a pessoa amada e, enquanto não surge outra pes

"NEBRO" - CONTINUAÇÃO 13/05/2019

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O FATRICÍDIO           Victor então encorajado decide abordar Raquel e põe-se a espreitá-la numa esquina próxima a sua morada.            Era quase noite e a rua estava deserta. Não demorou muito e Victor divisou o vulto de duas pessoas ao longe. Olhou atentamente e deu-se conta de tratar-se de Raquel e outro homem. Passado algum tempo a sombra dos dois cruzaram-se com a de Victor por sobre o lampião de rua. Victor então aproximando-se, decidido a enfrentar o homem que acompanhava Raquel. Saído das sombras exclama: VICTOR Raquel! RAQUEL Quem me chama? VICTOR Eu Victor... Acaso não já não te lembras mais daquele que outrora foi senhor de teus carinhos e afagos? RAQUEL Ó Victor, quase me matas de susto! VICTOR Quem é o jovem que te acompanha? LEONARDO Sou eu Victor teu irmão. Há quanto tempo não nos encontramos. VICTOR És tu Leonardo? Ora vejam só... Então agora meu próprio irmão

"NEBRO" - CONTINUAÇÃO 12/05/2019

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SEGUNDA PARTE NEBRO APRESENTA-SE A VICTOR EM SEU APOSENTO.            Aproveitando-se do estado de profundo abatimento e semissono em que se encontrava Victor, o demônio Nebro envolvido por densa nuvem de fumaça, penetra quarto adentro e materializa-se num homem comum, de vestimentas sóbrias e aspecto agradável.            Victor em seu torpor não dá-se conta logo do estranho desconhecido. E, só após esfregar bem os olhos indaga da figura que vê: VICTOR Quem és tu? Como conseguiste adentrar meus aposentos se passei a chave ao chegar? NEBRO Para mim não há buraco que não me caiba nem espaço que não possa eu preencher. VICTOR Aviso-te que não estou para trotes ou fanfarronices. Não te conheço e peço que te ausentes. NEBRO Acalma-te mortal soberbo! Não queres tu saber quem sou ou porque estou aqui? VICTOR Muito bem, dizes logo o que tens a dizer. NEBRO Estou aqui em resposta as tuas súp